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Pau-Brasil

Por: Antonio Fais

Lembro-me, de ouvir falar, dos Réis. Contos de Réis! Ainda acho bonito e engraçado quando escuto que algo custa cinco conto, conto mesmo, pois ninguém usava no plural. Conto de Réis.

Ao longo de minha vida passei por desastrosos planos econômicos e várias trocas de moedas. Vivi o tempo do Cruzeiro; Cruzeiro Novo; Cruzeiro, de novo; Cruzado; Cruzado Novo; Cruzeiro, de novo; Cruzeiro Real; e Real, de novo – porque Réis eram apenas o plural de Real.

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Estou convencido de que o que têm atrapalhado todos esses planos são os nomes sem sentido que dão à nossa moeda. Algo tão importante não pode ser assim escolhido, ao acaso; tem que ter uma razão, um nome forte, com significado histórico e, ao mesmo tempo, simples e de fácil aceitação: Pau-Brasil é o nome ideal ou Pau-Brazil, para não haver problemas no exterior.

A primeira grande vantagem é que já estamos acostumados e usamos esta moeda no dia-a-dia: uma pizza, por exemplo, que custa cinquenta reais (R$ 50,00), custaria cinquenta Paus-Brazil (P$ 50,00) ou, popularmente falando, cinquenta Pau!

Nas transações do dia-a-dia, percebam que perderia o sentido aquela enorme quantidade de zeros, pois tudo custaria entre 1 e 999 pau. Uma calça custa duzentos Pau e um carro sessenta Pau, com os zeros implícitos, sendo tudo muito mais simples, além de desestimular a inflação.

O governo poderia apelar para o orgulho nacional e o povo iria corresponder. Quando os economistas viessem a público dizendo que deveríamos fazer sacrifícios para que o Pau suba, certamente toda população iria colaborar. Quando dissessem que teríamos que manter a alta do Pau em relação ao dólar, não haveria dúvidas de que o Pau deveria sempre estar forte.

Talvez apenas perca a coerência a expressão “tô duro” pra quando se está sem dinheiro, “tô mole” parece mais adequado!

Mesmo os humoristas teriam o seu quinhão com alguns trocadilhos infames com expressões como “com quantos paus se faz uma canoa”, “pau pra toda obra”, “baixar o pau”, além dos inimagináveis apelidos que poderiam ser dados às notas, moedas, carteiras e porta-moedas!

Quando pensava como deveriam se chamar os centavos, lembrei-me de um amigo de faculdade extremamente criativo para nomes e apelidos, o Yamada, e ele me inspirou: os centavos seriam chamados de Japa. Assim um cafezinho custaria quatro Pau e cinquenta Japa.

Bem, agora deixo pela imaginação de cada um as figuras que apareceriam nas notas e moedas.

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Antônio Fais

Colaborador

Escritor, Filósofo, Professor, Especialista em Linguagem e Aprendizagem.

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