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Revolução constitucionalista de 1932: o que devemos refletir?

Por: Roberson Marcomini

O Brasil vivia um período sem uma constituição Federal que delimitasse os poderes do Presidente da República. A população paulista começou a protestar, o que resultou em uma série de manifestações. No dia 23 de maio de 1932, entre as 22h30 e 23h, cerca de 300 pessoas tomaram as ruas contra o interventor João Alberto de Barros direcionado por Getúlio Vargas para São Paulo. A manifestação chega na rua Barão de Itapetininga, esquina com a Praça da República, para invadir a sede do Partido Popular Paulista (PPP), ex-liga revolucionária, um grupo político-militar encabeçado por Miguel Costa. Os governistas se antecipando à provável invasão, resistiram por meio de armas e granadas. Os tiroteios duraram horas e causaram várias mortes.

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A investigação ficou paralisada entre 1936 e novembro de 1954, data em que foi encerrada sem quaisquer atribuições de responsabilidade. Sabemos, no entanto, que Mário Martins de Almeida (31 anos), Euclides Miragaia (21 anos), Antônio Américo Camargo de Andrade (30 anos) e Drausio Marcondes de Sousa (14 anos), o conhecido MMDC, representou a organização cívica e paramilitar paulista dedicada aos esforços de guerra da Revolução Constitucionalista.

A participação de Limeira nesta guerra foi de aproximadamente 300 homens que eram identificados por flâmulas com a laranja desenhada e o nome da cidade. Os nomes de maiores destaque os Sargentos Alberto Pierroti e Adolfo Nenholdi. Há também uma mulher, Maria José Barroso, enfermeira que foi para o campo de batalha.

Com duração de três meses, a guerra civil obteve mais mortes de brasileiros que a segunda guerra mundial. Foi o último conflito armado em território brasileiro; A revolução constitucionalista de 1932 completa 89 anos e hoje muitos historiadores contestam o termo “revolução” pois foi um movimento da classe média e cafeicultores. São Paulo, mesmo com a rendição ganhou a guerra. Ganhou porque conseguiu de Getúlio a famosa constituição de 34 considerada a mais democrática que o Brasil já tivera até aquele momento, pois com alguns tópicos: direitos trabalhistas, voto feminino com um certo atraso, voto secreto e criação da justiça Eleitoral.

Depois de 89 anos, este fato histórico faz com que a gente não comemore o momento atual. Devemos entender a história e conscientizar que este evento nos auxilia a reverberar o nosso presente, para acreditarmos em um futuro um melhor. Não muito diferente da conjuntura atual, em 1930 o Brasil passava também por uma crise econômica, política e social, o que levou uma guerra civil, pois várias mortes poderiam ter sido evitadas, muitas tecnologias poderiam não ter sido utilizadas.

Afinal quando vamos parar de procurar heróis? Se podemos nos unir enquanto nação para transformação de um bem comum. Quando vamos sair do comodismo da poltrona olhando o passado pelo retrovisor do carro sem a empatia com o outro? Aprendamos com o lema de São Paulo “Non Ducor Duco” (Não sou conduzido, conduzo), que esta locomotiva chamada Brasil trilhe os caminhos da felicidade de um bem maior e seu condutor seja escolhido por homens e mulheres conscientes com uma práxis de melhorar o país.

Colaborador: Roberson Marcomini -Professor de Filosofia do Colégio Jandyra. Mestre em Ciências Humanas e Sociais pela Unicamp e doutorando em Sociologia pela UFSCar

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