Por: Alina Hassem
O livro Corcunda de Notre Dame, de Victor Hugo, foi publicado em 1831. Nesta obra, o escritor apresenta a Catedral de Notre Dame como principal protagonista e não o Quasimodo (o corcunda) ou a Esmeralda como pode parecer.
Na época em que o livro foi escrito, a França passava por um processo de reconstrução e monumentos antigos estavam sendo demolidos para dar lugar a novas construções, o mesmo estava para ocorrer com a Catedral de Notre Dame.
O autor conta uma história que se passa na Idade Média em 1481, período em que esta Igreja era um símbolo da época medieval francesa. Foi em decorrência do sucesso do livro, que a Catedral foi reformada e revalorizada, tornando-se um dos pontos turísticos mais importantes da França – atualmente, por ano, cerca de 13 milhões de pessoas visitam o local.
Em 2019, um incêndio destruiu parte da Igreja e rapidamente campanhas solicitando contribuições financeiras para auxiliar na reforma da parte incendiada começaram. Milionários fizeram doações altas, mas também pessoas comuns fizeram doações menores e foi graças a somatória de todas elas que a Igreja está sendo restaurada.
Esse é um exemplo do que é o crowdfunding, quando muitas pessoas se juntam e cooperam financeiramente. Se não fossem as doações individuais, a reforma da Catedral, provavelmente, dependeria de dinheiro do governo francês.
E em relação ao Brasil?
Em 2019, a plataforma Benfeitoria, firmou uma parceria com o BNDES, com foco em projetos relacionados ao Patrimônio Cultural brasileiro. A dinâmica deste processo consistia em: seleção prévia das campanhas por parte da benfeitoria, disponibilização das campanhas no site para que as pessoas pudessem contribuir e para cada R$ 1,00 de contribuição feita por uma pessoa, o BNDES contribuía com mais R$ 2,00 (não vou chamar de doações porque algumas campanhas ofereciam recompensas em forma de produtos ou serviços). Neste ano, 9 projetos foram financiados e esta parceria está se repetindo em 2020. Para quem tiver interesse em consultar, o site da benfeitoria é https://benfeitoria.com/canal/bndesmais.
A perspectiva que quis mostrar neste artigo é de como a somatória de contribuições individuais de pequeno valor, de muitas pessoas, com um objetivo comum, faz tanta diferença no desenvolvimento de projetos e na melhoria da vida de uma região. As campanhas feitas pelo site da benfeitoria são alguns exemplos, mas outros sites de financiamento coletivo, também desempenham papel importante.
Colaboração: Alina Hassem, Administradora, especialista em Mercado Financeiro.
Artigo sobre Crowdfunding da autora publicado anteriormente.