Por: Alessandra Morgado Capretz
É época de eleição municipal e deveríamos estar preocupados com as qualidades ou a falta delas em nossos candidatos, mas infelizmente não dá para deixar de lado o que aconteceu na Câmara Municipal de Rio Claro, ontem. E, pior que isso, vem ocorrendo há tempos como um modus operandi do Legislativo de Rio Claro: a falta de respeito às mulheres políticas ou não!
Ao final de uma sessão nada fácil, um publicitário limeirense xingou – esse é o termo correto – de “vagabunda e vai se f…” uma assessora da vereadora Maria do Carmo, enquanto ela simplesmente passava na sua frente. Por quê? Por nada.
Sabe-se que ele é responsável pela campanha de nosso prefeito, Juninho da Padaria (DEM), que com certeza não aceitaria uma atitude tão leviana e baixa de um membro de sua equipe.
Talvez a irritação desse senhor seja com relação aos resultados de seu trabalho, já que o prefeito não aparece no topo das pesquisas, mas daí ofender duas mulheres é outro assunto. Nós, mulheres, não aceitamos e não aceitaremos isso caladas.
É muito claro que a sessão de ontem seria usada para de alguma forma atacar a vereadora e candidata a prefeita Maria do Carmo, com dizeres de baixo calão e ofensas morais à candidata, o que também não é aceitável. Que fique claro, não estou aqui defendendo candidaturas, mas boa educação!
Em outra sessão, a própria vereadora Maria do Carmo (MDB) foi chamada de mentirosa por um ‘colega’ vereador, que jamais teria usado o tom de superioridade grosseira com um homem. A jovem Carol Gomes também teve que mostrar força para presidir a Comissão Processante, sendo muitas vezes desrespeitada por seus pares.
Somos mais da metade da população, somos trabalhadores, eleitoras, empresárias, artistas, jornalistas, publicitárias e políticas-candidatas capazes, competentes e vitoriosas! Não queremos ser mais e não somos menos.
Espero, sinceramente, que a Comissão da Mulher Advogada da OAB, que as entidades de representação femininas da cidade e as lideranças masculinas se sensibilizem para tornar o ambiente de nossa política e do Legislativo realmente equânime, seja por meio de repúdio ou ações de formação e conscientização. O respeito é gratuito e vale a pena exercitar!
E desejo, mais sinceramente ainda, que o marketeiro em questão tenha a humildade de refletir sobre o que fez. Nós, mulheres e homens, não aceitamos a falta de respeito em Rio Claro, Limeira ou qualquer, porque depois que acabar a eleição continuaremos aqui lutando lado a lado para fazer um país melhor, um mundo melhor e uma humanidade mais fraterna!